Os linfomas são um grupo muito variado de cancros hematológicos, em que um tipo de células do sangue, chamado linfócitos, se multiplica de forma independente dos estímulos do organismo e agrupa em nódulos, chamados gânglios linfáticos malignos ou adenopatias.

Existem mais de 50 tipos diferentes de linfomas, que podem ser organizados de acordo com a célula maligna que os origina em Linfomas de Hodgkin, Linfomas não-Hodgkin B e Linfomas não-Hodgkin T. Por sua vez, dentro dos grupos de Linfomas não-Hodgkin B e T existem linfomas agressivos e linfomas indolentes.

Os linfomas de Hodgkin e os linfomas agressivos (B ou T) são cancros que crescem rapidamente e, por isso mesmo, causam sintomas e obrigam a iniciar tratamento após o diagnóstico, mas são potencialmente curáveis. Por outro lado, os linfomas indolentes (B ou T) crescem lentamente e, muitas vezes, não causam qualquer sintoma, pelo que apenas precisam de tratamento se tiverem certos critérios. Contudo, não são curáveis com os tratamentos existentes actualmente, embora seja possível um controlo eficaz do cancro.

Para além do aparecimento de adenopatias, os linfomas (sobretudo os linfomas agressivos) podem causar os chamados sintomas B: perda de peso >10%, transpiração abundante durante a noite e febre, sobretudo ao final do dia. Também podem causar sintomas relacionados com o local do corpo onde surgem as adenopatias, como dor, dificuldade em engolir, tosse ou rouquidão.

Para fazer o diagnóstico de um linfoma é necessário realizar uma biópsia ao gânglio linfático afectado, que consiste em remover o gânglio linfático inteiro, ou um bocadinho deste, e enviar para o laboratório para pesquisar as células malignas. Adicionalmente, pode ser necessário realizar exames, como a tomografia computorizada, PET e biópsia à medula óssea, para perceber que locais do organismo estão afectados pelo linfoma.

O tratamento dos linfomas, quer sejam indolentes ou agressivos, implica, quase sempre, a realização de quimioterapia e, numa minoria de casos, pode também ser preciso realizar radioterapia ou transplante de medula óssea. Recentemente, foram desenvolvidos muitos tratamentos inovadores para os linfomas, como as células CAR-T. No entanto, estes tratamentos novos apenas podem ser realizados por uma minoria dos doentes cujos linfomas não responderam ao tratamento inicial, já que têm muitas complicações e são difíceis de tolerar.

Se lhe foi diagnosticado um linfoma, conhece alguém com linfoma ou, simplesmente, quer saber mais sobre estas doenças, existem várias associações de doentes que pode consultar: APCL – Associação Portuguesa Contra a Leucemia (apcl.pt; facebook.com/AssociacaoPortuguesaContraLeucemia); APLL – Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (apll.org; facebook.com/apllassociacao); ADL – Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (adl.pt; facebook.com/adlassociacao).

 

Dr. João Gaião, Hematologista

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