Água, fonte de vida – Verdades e Mitos

 

A água de consumo humano é aquela que se utiliza para beber

Mito. A água destinada ao consumo humano é toda aquela utilizada para beber, cozinhar, tomar banho, lavar as mãos, lavar a roupa, lavar os alimentos, bem como a água utilizada na indústria alimentar ou que contacte superfícies/utensílios que vão ser utilizadas para acondicionar ou manipular alimentos.

 

 

A água cristalina e fresca pode conter contaminantes prejudiciais à saúde

Verdade. O facto da água se apresentar fresca e agradável não significa que esteja isenta de bactérias ou de substâncias químicas prejudiciais à saúde. É frequente encontrar em água de captações privadas, nomeadamente poços, contaminantes de origem fecal ou nitratos, normalmente provenientes de atividades agrícolas ou pecuárias. A presença de alguns metais pesados como o arsénio ou o chumbo também não são percetíveis.

 

 

Para utilizar água de uma captação privada é necessário uma licença

Verdade. Pode ser um poço ou furo, ou qualquer outra origem de água captada por um utilizador privado. É obrigatório o licenciamento prévio para uma das seguintes utilizações: rega, uso industrial ou consumo humano. A licença deve ser requerida à APA (Agência Portuguesa do Ambiente).

 

 

Ninguém é obrigado a ligar-se à rede pública

Mito. “É obrigatória para os utilizadores a ligação aos sistemas municipais respetivos” (Lei da água 12/2014). Se a rede pública estiver disponível a menos de 20 metros do limite da propriedade, devem ser desativadas todas as captações particulares utilizadas para consumo humano. Para rega, para alimentação animal ou para uso industrial não é obrigatória a ligação aos sistemas públicos.

 

 

A água de uma captação privada pode ser corrosiva ou incrustante

Verdade. Em Portugal existem muitas captações com água de pH baixo e baixas concentrações de cálcio e magnésio que lhe conferem a capacidade de corroer tubagens e elementos metálicos. É frequente haver corrosão de torneiras e tubos e reclamações relativas à durabilidade dos cilindros. Por outro lado, águas duras ou com muitos sais podem propiciar incrustações e degradação rápida de eletrodomésticos.

 

 

Para os animais, qualquer água serve

Mito. Os animais, em especial os de produção intensiva, são muito sensíveis à qualidade da água. A água é o alimento que mais consomem e pode ser responsável por perda de rentabilidade das explorações. Diarreias, diminuição da ingestão de alimentos, perda de peso ou intoxicações são alguns exemplos dos efeitos negativos que a água pode ter na exploração.

 

 

Se a água sai boa do furo, é certo que está própria para consumo

Mito. Cerca de 86 % das águas que saem boas dos furos contaminam-se no circuito até às torneiras de consumo. A falta de higienização dos depósitos, fugas nos tubos, torneiras em mau estado e ausência tratamento adequado são fatores que contribuem para a degradação da qualidade da água. É muito importante manter toda a canalização limpa e em bom estado de conservação.

 

 

Os filtros podem resolver qualquer problema da água

Mito. Tal como acontece com os medicamentos, o tratamento da água deve ser aplicado em função do problema detetado sendo, frequentemente, desnecessária a aplicação de filtros que podem piorar a sua qualidade. Por exemplo: se a água está contaminada com bactérias, deverá aplicar-se desinfeção; se a água for dura, deve efetuar-se a descalcificação; se tiver sólidos em suspensão deve aplicar-se a filtração; se tiver pH muito baixo, deve ser aplicado uma substância alcalina…

 

 

A qualidade da água de rega é muito importante para a sustentabilidade do setor agrícola

Verdade. A qualidade da água de rega nas explorações agrícolas assume elevada importância, uma vez que o excesso de sais ou o seu desequilíbrio pode causar danos às culturas, acelerar processos de degradação física e química do solo e, consequentemente, diminuir a sua fertilidade. A contaminação da água pode, ainda, transferir-se para produtos prontos a consumir.

 

A água da rede pública não serve para beber

Mito. A água da rede pública é a mais controlada de todas uma vez que está sujeita a um controlo periódico, estipulado na legislação em vigor. Tem um sabor a desinfetante, mas é necessário para controlar o desenvolvimento de microrganismos. Além disso, os tratamentos químicos que lhe são aplicados evitam a corrosividade dos tubos e torneiras, prevenindo a transferência de metais pesados para a água. É preferível beber água da rede pública que água de uma fonte cuja qualidade se desconhece.

 

A água de um furo ou poço pode ser mais propícia ao desenvolvimento de Legionella

Verdade. A água de captações privadas raramente é alvo de desinfeção promovendo, mais rapidamente, o desenvolvimento de Legionella nas tubagens e chuveiros.

 

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Por Engª Laura Silva | Coordenadora do Laboratório Tomaz | laurasilva@laboratoriotomaz.pt

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Em qualquer postos de colheitas Beatriz Godinho Saúde pode solicitar análises à sua água.

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Originalmente publicado no Jornal Terras de Sicó.

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Sobre o Laboratório Tomaz:

Há mais de trinta anos que o Laboratório Tomaz responde às necessidades dos clientes no âmbito do controlo de água e alimentos e, mais recentemente, nas áreas da veterinária, agricultura, ambiente e apoio técnico. O laboratório está acreditado pelo Instituto Português de Acreditação para mais de 100 ensaios, segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025.

 

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Sobre o grupo Beatriz Godinho Saúde:

O grupo Beatriz Godinho Saúde nasceu nos Pousos, junto a Leiria, com a criação do Labeto - Centro de Análises Bioquímicas, em 1974. Com o crescimento da atividade e a confiança dos utentes, adquiriu em 1981 novas instalações e mudou-se para cidade de Leiria. Nas últimas quatro décadas, seguindo uma política de desenvolvimento sustentado, ampliou as suas valências na área da saúde e, hoje, agrega 3 laboratórios de análises clínicas em Leiria, Coimbra e Seia, mais de 150 postos de colheitas, as clínicas Polidiagnóstico em Leiria, Fátima e Marinha Grande, a Clínica Luis Lourenço em Leiria, o Laboratório Tomaz especializado em análises microbiológicas, físico-químicas e veterinárias e a Polidiagnóstico Empresas, dedicada à Segurança e Saúde no Trabalho e à Segurança Alimentar.